Se tens entre 2 e 5 anos...

... pede aos teus pais que te leiam este post!

Segundo Jean Piaget, estes são os períodos em que me/nos incluo/incluímos:

Período Simbólico - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente.

Neste período surge a linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podemos criar imagens mentais na ausência do objecto ou da acção é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Temos já a capacidade de formar imagens mentais podendo transformar um objecto numa outra coisa (uma caixa de fósforos num carrinho, por exemplo). É também o período em que «damos alma» (animismo) aos objectos («o carro do papá foi dormir na garagem»). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falamos ao mesmo tempo sem que respondamos às argumentações dos outros. Dois de nós «a conversar» dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está a dizer. A nossa socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do colectivo.
Adquiremos as primeiras noções de quantidade, espaço, tempo, etc.

Existem ainda outras características do pensamento simbólico como por exemplo o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabemos o nome ainda), superdeterminação (teimosia), egocentrismo (tudo é meu), etc.

Período Intuitivo - dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente.

Neste período já temos vontade de explicar fenómenos. É a “idade dos porquês”. Distinguimos a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acreditemos nela. O nosso pensamento continua centrado no nosso próprio ponto de vista. Já somos capazes de organizar colecções e conjuntos sem no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantemos uma conversação longa mas já somos capazes de adaptar a nossa resposta às palavras do companheiro.

Características
Somos muito mais hábeis com as mãos (os movimentos com as mãos são mais precisos e permitem realizar construções com peças mais pequenas ou fazer um colar de miçangas cuidadosamente enfiadas) e temos um maior domínio do nosso corpo, que exercitamos e aperfeiçoamos dia a dia, aumentando a nossa habilidade e controlo (as habilidades físicas permitem desfrutar de brincadeiras de exercício que convidem a correr, pedalar ou testar o equilíbrio sobre uns patins), mas é a brincadeira simbólica a que nos ocupa um papel mais destacado, já que podemos viver e transmitir tudo através dessa actividade (reproduzimos todas as acções que percepcionamos ao nosso redor, imitando o mundo dos adultos e recriando-o segundo a nossa perspectiva. Sentimos especial interesse por brinquedos que mostram uma representação em miniatura do mundo dos adultos.) No final desta etapa, interessamos-nos por jogos de mesa, especialmente por aqueles que põem à prova habilidades intelectuais como a memória ou que nos permitem demostrar os nossos conhecimentos, por exemplo, sobre as cores, as letras ou os números (as brincadeiras de regras despertam o nosso interesse sempre e quando haja um adulto perto que nosexplique as normas e nos ajude a manter a atenção durante o jogo.)

Sentes uma vontade incontrolável de dizer a palavra «PORQUÊ»?

A chuva de perguntas é tão intensa que os teus pais ficam sem argumentos?

Notas que começam a «engolir em seco» e a olharem um para o outro?

Percebes que começam a «deitar a moeda ao ar» para ver quem responde à próxima pergunta?

Dicas para os «matulões» lidarem com os porquês dos «pucaninos»:

(Vão «por mim» que eu percebo disto!)

- Nunca ignore uma pergunta do seu filho, ouça-o com atenção.

- Se não estiver certo(a) do que vai responder diga-lhe que mais tarde lhe responderá, depois de ter reflectido ou pesquisado o assunto em questão.

-As suas respostas devem ser adequadas à idade, num vocabulário adequado e de fácil compreensão.
- Não elabore mentiras ou "respostas fantásticas" que a criança acaba por perceber que não corresponde à verdade. Respondendo com uma mentira o seu filho deixará de confiar nas suas afirmações.

- Existem momentos próprios para fantasiar e outros para responder concretamente ás questões dos seus filhos, deve tentar diferenciá-los.
- Evite dar respostas antes da criança perguntar, dê-lhe tempo para pensar e formular as questões.

- Nunca entre em contradição com o seu parceiro pois isso vai confundir a criança.
- Amor, atenção estão na essência das respostas mais saudáveis aos porquês do seu filho.

Esclarecidos?

É engraçado como a Fase «É meu!» que passei quando era bem pequeno, deu lugar à Fase «Porquê?»...

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Desculpem, esqueci-me de pôr umas fotos do meu coelhinho da Páscoa (fiz no infantário)...

Os meus pais é que não dormem (esta noite dormiram, iupiiii) e eu é que me esqueço destas coisas...