D. Major

A mamã tem evitado abordar este assunto por estar a passar por isto, e ainda estar a curar-se. Sendo este blog o nosso diário achámos que deveríamos registar as dificuldades por que a mamã está a passar. Ela pediu-nos então para publicarmos o post num fim de semana quando normalmente temos menos visitas. Porquê? Não sabemos...
Como sabem ela está de atestado médico desde o dia 4 deste mês. Em princípio será por 30 dias (embora nem a médica nem a psicóloga sejam dessa opinião, acham pouco tempo para a gravidade da situação).
Tudo começou nas férias do Natal... ou pelo menos foi nessa altura em que se agravou MUITO.

Depressão Major (Aguda)

Nesta forma de depressão pelo menos cinco dos sintomas listados abaixo têm de ocorrer por um período mínimo de 2 semanas, tendo também de representar uma mudança em relação ao humor ou comportamento prévio.
As duas pedras basilares da depressão, isto é, os sintomas que têm de estar presentes para confirmar o diagnóstico são:

- Humor deprimido – a pessoa sente-se triste e sem esperança na maioria dos dias e durante a maior parte do dia. Pode ter crises de choro. - Confirma-se.

- Falta de interesse nas actividades diárias – a pessoa não sente interesse ou prazer nas actividades de que costumava gostar. - Confirma-se.

- Alterações do sono – podem ser insónias ou dormir excessivamente. É típico o acordar de madrugada e não conseguir voltar a adormecer. - Aconteceu com muita regularidade de Setembro até a mamã começar a tomar os medicamentos.

- Alterações do apetite e do peso – a depressão pode-se manifestar por uma diminuição ou aumento do apetite e, consequentemente do peso (uma diminuição ou aumento do peso corporal superior a 5% do peso habitual, sem causa identificável, pode indicar depressão) - Num ano a mamã perdeu 7 Kg o que dá mais de 0,5Kg por mês.

- Alterações do pensamento e da concentração – incapacidade para se concentrar ou tomar decisões e também problemas com a memória. - Muito comum, a mamã até gozava e dizia que era Alzeimher. Não conseguia verbalizar um raciocínio numa conversa mais longa.

- Agitação ou lentificação dos movimentos corporais – o indivíduo deprimido pode parecer agitado, irritável e facilmente aborrecido, ou então parecer fazer tudo em câmara lenta, respondendo lentamente às questões, num tom de voz monótono. - A mamã alternava entre estados de muita energia com estados apáticos ou como ela dizia, via tudo «género Matrix».

Irritável sim, também se confirma...

- Sensação de fadiga – o indivíduo sente-se cansado e sem energia.- Confirma-se. Ela até andou a tomar umas vitaminas...

- Baixa auto-estima – sensação de culpa ou incapacidade de fazer seja o que for. - O facto de não estar a conseguir dar resposta a tantos estímulos exteriores fazia, e continua a fazer com que a mamã se sinta culpada por «não estar a dar conta do recado».

- Perda do interesse sexual – os indivíduos sexualmente activos antes de desenvolver a depressão sofrem uma redução dramática no interesse em ter relações sexuais.

-Pensamentos recorrentes sobre a morte e o suicídio.
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Como dissemos lá em cima, juntamente com a depressão instalaram-se as crises de pânico, uma sensação horrível. Não podia estar em sítios com muita gente (sozinha), locais fechados, ... O síndrome do pânico deixava-a sem saber o que fazer, com tonturas, medo, tremores, coração acelerado e com uma enorme vontade de sair do local onde se encontrava. Felizmente ela sempre se manteve e sempre lutou contra estes ataques, nunca fugiu...
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A mamã está a fazer psicoterapia.
A psicoterapia trata diversos problemas psicológicos, entre os quais a depressão, a ansiedade e as dificuldades de relacionamento com as outras pessoas são os mais comuns. É uma forma muito eficaz para a resolução de problemas psicológicos, mesmo daqueles que já existem há muitos anos.

O tratamento destes problemas é feito através de conversas com um psicoterapeuta (geralmente um psicólogo). A psicoterapia da mamã ocorre em conjunto com um tratamento com um ansiolítico (Lexotan) e um anti-depressivo (Cipralex). No caso de ter um ataque de pânico terá que colocar debaixo da língua meio Victan.
Estes medicamentos não curam os problemas, mas aliviam os sintomas. Nalguns casos, como o da mamã, os medicamentos são mesmo necessários para melhorar o funcionamento mental, de forma a possibilitar a psicoterapia.
A psicoterapia é um processo de exploração do funcionamento psicológico com a ajuda do terapeuta, levando a um maior auto-conhecimento em relação a factores como a influência dos acontecimentos na história pessoal, a personalidade e padrões de relacionamento interpessoal. Assim, este processo propõe uma oportunidade de aprender a comportar-se, a sentir e a pensar diferentemente, de forma a desenvolver uma maneira mais produtiva e feliz de estar na vida. Dependendo do problema, um tratamento leva entre alguns meses e alguns anos.
Não se pode esperar alterar uma maneira de estar na vida que existe há anos, em pouco tempo!
Tirado aqui
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Quem nos segue há algum tempo sabe com certeza que temos passado momentos muito difíceis em família... Quem conhece melhor a mamã sabe que a sua vida antes de sermos só nós os 4 também não foi nada fácil. Nada disto tem ajudado a mamã. Ele esteve sempre presente e foi sempre negligenciando a sua saúde... Neste momento não dá para «empurrar mais com a barriga»...
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Embora seja um pouco esquisito alguém com ataques de pânico dizer que está com medo de algo... a verdade é que a mamã, como professora está com medo de ir a junta médica e de não lhe justificarem as faltas o que pressupõe descer na lista de colocações... Por outro lado, a psicóloga diz que, numa escala de 0-10 a mamã se encontra num 7, sendo que o 8 e o 9 são pessoas que já nem da cama se levantam para ir às consultas...

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Tirando tudo o que é mau, está tudo bem connosco e mais...
A MAMÃ AGRADECE A PROMOÇÃO A MAJOR (para o melhor e para o pior...)